Antifragilidade Democrática:
uma análise sobre a marcha democrática contemporânea e o ciclo comportamental popular nas democracias atuais
DOI:
https://doi.org/10.31994/rvs.v11i2.671Palavras-chave:
Democracia, Antifragilidade, Estado, EleitoradoResumo
O termo antifragilidade, criado pelo filósofo libanês Nassim Nicholas Taleb, e empregado na construção de cenários econômicos, também pode ser utilizado para uma melhor compreensão da marcha democrática contemporânea, marcada por crise na representatividade política, em especial na democracia brasileira e na norte-americana, que relevaram através dos resultados das últimas eleições uma preferência popular por candidatos nada convencionais, senão exóticos, e que após eleitos parecem não sustentar a predileção do seu eleitorado em razão das suas características pessoais que muito dizem respeito a forma pela qual conduzem suas políticas e governos. A antifragilidade seria então a característica oposta á fragilidade, ou melhor dizendo, seria uma fragilidade reversa, algo ainda sim diferente dos conceitos já conhecidos de resiliência, resistência, solidez, inquebrável e robustez, pois estes últimos teriam a capacidade de resistir a choques e ao tempo, permanecendo inalterados em sua composição, enquanto o conceito de antifragilidade quer nos dizer mais, referindo-se então a ideia de algo que não apenas suporta o choque, mas de algo que se beneficia da crise e de cenários caóticos para se tornar melhor, ou seja, se fortalece na adversidade. Assim, o presente artigo busca construir o entendimento através da reflexão de que o conceito de antifragilidade seria perfeitamente adequado para justificar, ou ao menos ajudar a melhor compreender o fenômeno democrático contemporâneo marcado por uma de crise de representatividade política, visto que não se vislumbra mais a relação de confiança e fidelidade entre os eleitores e os partidos políticos, o que é evidente pela maneira diferenciada pela qual o eleitorado tem se comportado em cada eleição, inclusive com o aumento de eleitores que não se identificam com partido algum.
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